Numa conferência on-line, André Lepécki contextualizava o processo que tem vindo a dar lugar ao desaparecimento do corpo. Estávamos em pleno período pandémico e, nessas circunstâncias, esse desaparecimento era também literal. O corpo tende a desaparecer à medida que se afirmam os processos inerentes ao mundo em rede, produzidos pelas alterações que a tecnologia tem vindo a introduzir nas sociedades actuais. A vertigem causada pelas estruturas da vida na era digital, fortemente orientadas pelo capitalismo da atenção que desmaterializa muitos aspectos estruturantes da existência, é inevitável.
Na torrente de uma vida exposta, cada vez mais fragmentada, com vínculos frágeis e geridos à distância, o corpo reivindica um espaço para si, ao afirma-se enquanto lugar de escuta, numa tentativa de desenhar um gesto poético que sirva de protecção. Mário Afonso
Ficha técnica e artística
Concepção direcção e interpretação
Mário Afonso
Dramaturgia
Ana Pais e Mário Afonso
Textos
De Mário Afonso, com intromissões de Ana Pais
“Estilo” (excertos), in Herberto Helder, Os passos em volta. Assírio & Alvim, Lisboa 1994
Cenografia
Elisa Pône
Desenho de luz
Luís Moreira
Música
Maria do Mar e Érika Machado
Fotografia
Alípio Padilha
Produção
Carta Branca
Co-produção
Festival Temps d’Image
Apoio Financeiro
Fundação GDA – Gestão dos Direitos dos Artistas
Apoios
Balleteatro; Casa da Dança; c.e.m – centro em movimento; Linha de Fuga; O Rumo do Fumo
Agradecimentos
Anabela Mendes, Catarina Caldeira, Companhia Clara Andermatt, Daniel Worm, Graça Passos, Hannya Melo, João Bento, Malaposta, Maria João Guardão, Maribel M. Sobreira, Nuno Patinho, Patricia Cuan, Renata Bottino, Rita Barreira, Rita Vilhena, Sérgio Marques, Sofia Campos, Tânia Guerreiro, Teresa Dias, e Vera Mantero.
Duração aprox.
50 minutos