Este trabalho surge do interesse em criar um objeto cénico no qual se assume a palavra, o desenho e o gesto como elementos centrais. Um “dueto” com um quadro branco, cuja superfície plana oferece a possibilidade de registar a concretude da palavra e a subjetividade do desenho, nos interstícios da ação determinada do gesto que apaga, que faz tábua rasa para prosseguir. A manipulação do quadro branco, objeto pesado e de grandes dimensões, transforma o seu caráter estático e o espaço cénico, na relação entre corpo e objeto. Uma música de Count Basie, manipulada na duração para servir de moldura temporal a “Framework”, cria a ilusão de estrutura coreográfica pela justaposição do ritmo musical e os movimentos meramente funcionais do intérprete. Nesta reflexão em torno do real há uma qualidade festiva, pois não esqueci, naturalmente, a poética do tempo e do lugar em que me encontro. The show must go on! Mário Afonso
Conceção e Interpretação Mário Afonso
Edição áudio Nuno Luz
Música “Splanky”, de Count Basie
Comunicação Patrícia Cuan
Produção executiva Hannya Melo
Produção Carta Branca
Apoios EIRA, Festival Cumplicidades, O Rumo do Fumo
Agradecimentos André Guedes (Festival Cumplicidades), Miguel Pereira, Sofia Campos e Teresa Dias
Duração 48 min